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Foto do escritorMandato Agroecológico

Dois anos do desastre na Lagoa da Conceição



O dia 25 de janeiro de 2023 marca uma data trágica para a maior lagoa de Florianópolis. Nesse mesmo dia, há exatos dois anos, a Lagoa de Evapoinfiltração da Estação de Tratamento de Esgoto da Lagoa da Conceição se rompeu, inundando as ruas e casas da região, além de contaminar as águas da lagoa com o esgoto que era armazenado no local. Esse desastre ambiental, ocorrido em janeiro de 2021, escancarou a precariedade do sistema de saneamento básico na Ilha que, tanto tempo depois, encontra-se numa situação ainda pior.


A Lagoa da Conceição por muito tempo foi vítima de descaso. O que aconteceu naquele dia de janeiro foi, na verdade, uma tragédia anunciada há muito pelos moradores da região. A Prefeitura e a Casan foram alertadas sobre o risco que a instalação oferecia, estando inserida em um ambiente sensível, suscetível a contaminar os ecossistemas vizinhos.


As péssimas condições de saneamento no bairro são também objetos constantes de denúncias da comunidade. São resultado do rápido crescimento populacional observado nos últimos anos, que não foi acompanhado por expansão efetiva da rede de tratamento de esgoto, elas têm impacto direto na qualidade das águas deste frágil ecossistema.


Esse é um problema histórico, que foi imensamente piorado com o rompimento da Lagoa de Evapotranspiração em 2021. Se antes, o nível de eutrofização causada pelo despejo de matéria orgânica era alto, hoje, está em patamares muito acima do que é considerado perigoso ao ecossistema. A Lagoa da Conceição respira por aparelhos, recebeu um violento empurrão na direção de um colapso ambiental.


A Lagoa é um sujeito de direitos, que precisa ser amparada. Nosso Mandato Agroecológico esteve desde o início junto à comunidade na defesa de um novo modelo de governança da Lagoa da Conceição, uma fiscalização mais presente na região e a expansão da rede de esgotamento sanitário dos bairros ao seu redor.


A defesa da Lagoa da Conceição é uma urgência para nossa cidade. Com a morte de suas águas, perdemos não um cartão postal, mas um ecossistema único no mundo. No aniversário desta tragédia, trabalhamos para que ela não seja esquecida e para que os danos ambientais sofridos sejam reparados.


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